segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sobre a cartilha do Amor

O amor se aprende?
Não, não se prende
Se busca?
Se rebusca
Sem pressa, sem muito correr da lida.
Se enrosca
Laça-se sem laço
Entrelaça
Realça
Veste e calça

Na veste da alma da pele um contorno
Do outro no rosto sobreposto sem resto
Inteiro de amar e estar, provar e viver
Sem querer comprar, sem preço.
Sem pressa

Sem essa de querer provar
Já prova quem vive
Mesmo sem aprender
O que não há de aprender

No amar deste mar da vida em cada cais
Um amor levanta pois quando acaba
Outro no horizonte se gaba
Reinventada a chama
Nos mitos dos heróis
Que mais que o destino dos reis ama.

Pois é o maior desaprender
De quem se prende a aprender
Nessa vida é zelo, cúmplice
De um encontro
Sem jamais ter uma partida

Extravia e zomba de qualquer
Tirano que se diz sicrano
Ou dono da verdade alheia
Que não há

Pois não há tempo de certezas
Mesmo tão certas
De se achar inteiro ou perder o medo

Pela metade que um no outro
Quando pensos
Só uma luz de respeito, se apóiam.
Por isso
O amor e o que há de se ter
Sem se aprender amar e assim segue.

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