quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Palavras para um semblante de mulher.

Um sorriso, entre os elementos misturados,
O som da sua risada sem saber ainda
Parece que acontece na imagem
Felicidade sinto, fito
E não desminto
Pois o que vejo
Apenas de sincero a ti declaro
Como podes ser tão querida, se ainda não a conheço
Qualquer imagem sua
O dia se levanta ou à noite o Sol recolhe,Lua te guarda, em sonho te afaga.
Guardada entre fagulhas tão celestes
Loucas estrelas bailam lá no alto,atentas.
E o que te trago é pouco, em pequenas palavras te descrevo
Muito pouco,mais se te soubesse mais ainda
Por inteira diante do carinho
Mais sei e sinto que o toque aponta, sutil se aglomera
E não me recolhe, em nada, e quaisquer que fossem
Seu dizeres mais que teus sorrisos tuas lágrimas
No embalo do meu colo seria seu apoio e seu lenço.
E em um instante que fosse quem sabe sua morada.

Daniel Renda 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CEIA TOLA

Mimados são os degraus da fama de cultos latifundiários.
Cristas de galos na calçada da fama do Sertão.
Buracos vendidos dotes que agradam seus pagens,
Lixos de vida e empobrecimentos um firmamento aqui outro acolá, ALIBABA
E te pergunto e daí? No sufoco da Terra, sofre calada, a plebe empoeirada.

Mais às vezes os ventos sopram e se racham de raiva por que sente.
Aviões despencam do céu, mexe com as famílias, crias.
A multidão é agonizante quando a ponte, que andam cai.

A miséria e a fome é o nome da indústria, o campo sofre.
Querida divisão de classes, um aborto um linchamento, provetas.
Na ampulheta do tempo rasgam antes do tempo a vida.
Pele, cores, santos e putas, a mesa esta posta.

E quem vai comer a primeira parte do cadáver, afinal?
Ele morreu por nós.
O grito na mesa os berros da vitela, e uma oração falsa de prece.

Já que o pecado da carne reina, e o erro não é raro frente a inúmeras crenças.
Por isso Senhor obrigado pela Natureza e perdoai-nos por tirar,
Da mesa do leão e do tigre que esses sim engolem bem demais.



(Teorema)Para Pasolini, Marlon Brandon, Paulo Autran, minha mãe. Por que não sacam nada e “Assim caminha a humanidade”.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dor ocidental, na grande fazenda.

Era uma noite escura a Lua apontava na janela, o sono batia na solidão certa da alma daquele ser, o peito arfando e todas estas coisas dos hormônios palpitavam em sua cabeça, mas tudo, absolutamente tudo, sem culpa, mesmo sendo cristão eram tão livres as vontades que tinha, era um Cristo vivo com todos os seus Santos e Anjos que o visitavam num verdadeiro pão nosso de cada dia. Mais um dia real de trabalho, o dia levantava sem ponto e sem carteira assinada e sem miséria alguma, estranho por que o que era para não ser sagrado, como haveria de ser sagrado ao que uma família cultua, simplesmente estava ali. O amor se tornara fraco, esse amor daqueles que saem pela janela quando um ser pequeno reconhece as imperfeições do outro, nessa riqueza deste mendigo que somos diante dos nossos cronos.

Rodolfo- Tudo por causa das metas, métricas firmamentos, tudo mesmo sufocando esse nó que sempre dói no peito, arde arfa, num para e se para pedimos de novo um caminho sequer para um regresso para, o amar, que é esse sentir mais louco mesmo que venha o asfixiamento.
Anjo- Pobre Rodolfo tão zeloso, coloque os pés no chão, na rua e tenha outra mulher, não se doe seja forte na vida tome cuidado, não bebas podes perder sua ereção, e ai meu caro amigo não há santo que te ajude.
Rodolfo- HO solidão maldita que me invade puramente venenosa, que nada há de me possuir em penas destas coisas de amar de um por do sol no mar, agora engulo a água cheia de sal a me trancar no que respiro, asséptico o Sal na alma, Luz de um Cristo no seu olhar atento que me lava, mais como dói.
Anjo- Desse não tenho o que dizer e sabes, é maior em qualquer parte, seja entre os pobres os ricos e ate nas Artes, por isso deixe e rasgue o peito por que só isso nessa situação de se sentir corno, cura. Falsa e a fêmea que em si desgasta a paciência, e a simples prova de que o amor não há, não se entristeça o amor passa o amor vem, e um ciclo de esperança que só se finda no coração dos fracos.
Rodolfo- Po anjo só paulada, e a mão na cabeça?
Anjo – Me estranhas? Sou um anjo não uma fêmea.
Rodolfo – E o amor?
Anjo – Ele e sério!
Rodolfo – Mas e as cotovias?
Anjo - São altivas
Rodolfo – Mas que espécie de Anjo e você?
Anjo – Espécie rara!
Rodolfo – Raro na dor, parece um grilo falante que me toca um tambor sem compasso nos ouvidos o que é isso afinal?
Anjo - Ira!
Rodolfo – Então me tira!
Anjo- Não!
Rodolfo- Como não?
Anjo – E sua!
Rodolfo- Como assim, minha e daí?
Anjo- Você meche no que e seu!
Rodolfo- Então?
Anjo- Então, então, no que é seu você meche você põe e você tira, fácil.
Rodolfo – Fácil para você que é anjo!
Anjo – Eu não tenho coisas.
Rodolfo- E as asas?
Anjo- Metáforas
Rodolfo – Sabe anjo você e fogo?
Anjo- Na verdade, não!
Rodolfo – Como não?
Anjo- Quente demais. Bem mais do que esse calor que te arde no peito.
Rodolfo- E daí?
Anjo – Dai que dai, e isso.
Rodolfo- E porque não e fogo?
Anjo- Porque a água flui e é contínua, mesmo rala mesmo pouca, cresce limpa e lava.
Rodolfo- Ta pedindo para eu tomar banho?
Anjo – Pode ser
Rodolfo- Como que é um banho, pode ser?
Anjo- E um banho diferente!
Rodolfo- E que raios de banho é esse?
Anjo- E isso, di-fe-ren-te, e ponto.
Rodolfo- E como e esse ponto?
Anjo – Do avesso.
Rodolfo- Anjo louco como se toma um banho do avesso?
Anjo – Se vira.
Rodolfo- Oras se vira como?
Anjo- Do avesso, Bolas.
Rodolfo- Ai, Ai, Ai.....se que me deixar pior ainda não é?
Anjo- Eu não!
Rodolfo- Mais ta.
Anjo – E?
Rodolfo – sufoca
Anjo- Grita
Rodolfo – Pensa que é fácil?
Anjo- Num sei, é?
Rodolfo- num sei também.
Anjo – E?
Rodolfo – Vai passar?
Anjo- Você quer?
Rodolfo- Quer o que?
Anjo – Que passe?
Rodolfo – Mais como assim?
Anjo – já te falei.
Rodolfo- Só caminhos, e daí?
Anjo- Ai você segue.
Rodolfo - Segue como?
Anjo- Você anda?
Rodolfo- Claro anjo.
Anjo- Faça o caminho de volta.
Rodolfo – De volta?
Anjo- É.
Rodolfo- Mais num dói mais?
Anjo – E daí?
Rodolfo- daí que daí ...num da mesmo.
Anjo- Mais doer não e bom?
Rodolfo – Claro que não.
Anjo – Mais só quem não nasce não se dói.
Rodolfo – Então por quê?
Anjo- Por que o que?
Rodolfo – Eu nasci?
Anjo – ai, ai, ai, Prometeu, Teseu, Édipo e Narciso tudo ai, mais um Cupido desponta em ti, e vai te indicar a seta dos Anjos dos santos, filósofos ou profetas para melhor saber de ti, por isso boa noite Eu e fique feliz.

Lascas

Fujo e amo
Finjo me lasco
Ramo me engano
Fico sem ano
Durmo no ponto
Tiro a camisa
Não sinto brisa
Nem pano
Meu reino em mim
Hora me levanta hora me sacode
Expande na minha carta
Escrita na pele de todos esses anos
Uma dor
Que é o que me faz ainda
Em cada lágrima cair uma esperança
O milagre a cura e tudo mais
Que há de ser providente
Nesta vida entre bandos, bruxas, santos e farrapos
Parto de frente sem confiar em nenhum destes
Títulos sem ramos para caridades falsas
De mostrar as migalhas que se jogam.

Mar de Diana

Deslumbrada a noite entra a porta
Cachos brilhantes na casa se ilumina
Fada anjo em tudo e inteira
Nas mãos as ervas para a doçura
Remineralizar a vida

Transbordar sorriso, voz entre as cítaras
Harpas e tambores distantes
Na cena o carinho sobreposto sem impor
Na vontade do pedido se faz carne

Uma obra em movimento
Um olhar no Olimpo
Diana
Bela
Cheia
Na lua de tantos céus

Ceres em ti e em Vênus
Te faz assim tão fecunda
Mulher inteira jovem ninfa
Dáfine desperta repleta

Junto a ti um olhar distante
Pegasus te leva entre as nuvens
E cupido louco afoito em vão tenta
Te colocar um destino nesses movimentos

No céu que rasgas sem vertigem alguma
Por isso te digo obrigado por bom trato

Que diante mesmo de uma história
Não tão boa na noite mesmo cansada
Se fez arte num respeito a invadir a face
Sentindo melhor assim em um instante
Que vale a pena destes seres amigos
Um eixo que real no precisar se apóia
Sem medo de uma.................paranóia.



Daniel Renda

Amargo do amor.

Tudo é uma cena real
Na cura da dor de um Amor
A sensação de um mal
Apagado na lembrança o mel !

Por quês, sem fim de um aonde vinha o Amor.

A paixão hoje distante me deixou despreocupado
Sem querer agradar
Pago as contas
E sigo melhor assim só do que em maus caminhos

Mas sempre querendo mais mesmo que doa
Um palco quente com um circo em chamas
De uma paixão que me invada possua e creia em mim
E que assim também a tenha.

Com seu olhar sentinela de um Anjo
Na noite com uma Lua sorridente

Mesmo que o procurado seja o que melhor me traiu
Tirando o Chão queimando as asas do vôo do amor

Que na sua entrega de tanto viver
Não recebia só doava, a ponto de cair no poço do ridículo

E remar no rumo cinza sem perceber a primavera
Porém vigiado num olhar que me tem a noite
Uma coruja irmã amiga sabe que,
Inquieto no meu silêncio
VAGO.



Daniel Renda

Falando o que quer.

Você fala e diz o que quer
Eu não respondo
Sei muito bem o que você quer
E me escondo

Mais nem por isso
Vou te deixar
No ponto
Você quer ouvir você quer falar


E eu nem tanto
Preciso esperar
Você se aquietar
Sem pranto
Eu espanto
O que acredita
E deixo sua opinião

Sou homem e você uma mulher
Sinto gosto da guerra
Recuo sua vontade
E fico melhor assim
Com meu vinho
Meu gosto
No meu canto, só pra mim.
Daniel Renda

Fotos, fatos e olfatos.

Fotos recentes são como frutos recém colhidos e a vingança tardia é um veneno precioso guardado a sete chaves.
Porém nisto os amantes sempre se perdem, podiam estar juntos sempre que ficam se, remoendo.
Entre os rabiscos de menino e o afeto, o bar vivo, cheio de pulso, a chuva tenra o doce na sarjeta um sabor de infância na porta.
O dardo da desilusão me pegou, o que me espia vela minha hora, o coração jovem parece estar partindo, prefiro cozinhar
para mim mesmo e mais ninguém.
O violão tocando Tim Maia em qualquer peito arfa aquela ardência que brindamos entre o corpo e a alma, a solidão.
O bêbado e o corno coerente com a natureza dos organismos, pela ingestão.
Minha loucura no papel me condena aqui nesta cidade o hospício leva o nome do meio de minha mãe, sem diminutivo,Terezinha, era costume. Hoje minha madrugada termina quando outros saem de suas casas, me recolho em mim sou eu mesmo meu melhor lugar
E penso eu, casam cedo? Ou casam por medo?
Ambos.
As contas os cahets, o glamour, descortinado perde a graça, devíamos revelar o nosso nome só no altar de casamento
O que falamos muito, temos medo
A quem não falamos tudo, mentirosos.
Cazuza falou que o bar e a Igreja de todos os bêbados, a cestinha e o caixa.
A cabeça que não sente não se recente
Por que é acéfala.
Édipo furou os olhos
Narciso mastigou o espelho
Prometeu roubou o fogo
Atores a atrizes nunca se perdem
Mesmo carregando consigo a história da histeria humana como uma cena.
Quem cala sente, o ser aventurado palpita
Mesmo calado
Mais quem tira a roupa e geme,
Mais ainda.
Então
Só uma cerveja
Só um vinho
Só uma mulher só uma casa
Será sempre suficiente
Para um coração altivo.

Sobre a cartilha do Amor

O amor se aprende?
Não, não se prende
Se busca?
Se rebusca
Sem pressa, sem muito correr da lida.
Se enrosca
Laça-se sem laço
Entrelaça
Realça
Veste e calça

Na veste da alma da pele um contorno
Do outro no rosto sobreposto sem resto
Inteiro de amar e estar, provar e viver
Sem querer comprar, sem preço.
Sem pressa

Sem essa de querer provar
Já prova quem vive
Mesmo sem aprender
O que não há de aprender

No amar deste mar da vida em cada cais
Um amor levanta pois quando acaba
Outro no horizonte se gaba
Reinventada a chama
Nos mitos dos heróis
Que mais que o destino dos reis ama.

Pois é o maior desaprender
De quem se prende a aprender
Nessa vida é zelo, cúmplice
De um encontro
Sem jamais ter uma partida

Extravia e zomba de qualquer
Tirano que se diz sicrano
Ou dono da verdade alheia
Que não há

Pois não há tempo de certezas
Mesmo tão certas
De se achar inteiro ou perder o medo

Pela metade que um no outro
Quando pensos
Só uma luz de respeito, se apóiam.
Por isso
O amor e o que há de se ter
Sem se aprender amar e assim segue.

Garotas Baby bytes


Garotas Baby bytes


Existem mulheres e meninas
A diferença é o olhar
Uma no horizonte a outra no Orkut
Visor
Uma no amor outra no menu do computador
Quanta dor
A primeira sente e dança
Em volta da fogueira se fascina
Respira, sua, sorri e chora
E a menina fora da hora
Fica sem amora .


Daniel Renda 02/09/2007
Palco
Daniel Renda


No tear do ser, um teatro, Tato.
Tece com Aracne Baco e abre a cena
E sempre mais que algo visto
Em um tablado, se espera.

Em um vasto campo da arte
Assim vivida, no palco irreal ou real
E ambos, respirando e transpirando
Inspirados atos levantados
Cheios de paixão e desespero.
O teatro brota passo a passo
Em cada dia
Onde agora velho amigo esse gigante anda.

Gritando então na trupe, doidos e varridos
A dor o odor e todos os gemidos

Por isso responsável mestre...mostre!
A fazer de nós ousados e destemidos
De nunca faltar no cálice do vinho à chama
Do seu passado vivido e cheio de aventuras
E que haja sua espada sempre mais que um canudo
E não mais pela certeza te assumas tanto
Por estas vestes de lonas esterilizadas que te cobrem,
E sim por um sujo e empoeirado circo onde as cores pulam
E ácaros junto ao público aplaudem
Brilham os olhares bem atentos de instantes, CURA.


Pois é quando espectadores se fundem e de intermédio lá também atuam.